Uma prece.

Ainda que os despropósitos da alma me distraiam no caminho. Me lembrarei de dobrar meus joelhos para reverenciar e agradecer.

Ainda que meus ouvidos só captem os sons identificados pela mente. Tetá meu coração a música de sua prece. Oração com a voz do coração.

Ainda que eu fale a língua dos homens, está será como um coador da essência de tudo que é real. realmente belo, realmente sentido.

Ainda que vague errante, cega na terra admirada pelas belezas vãs. Não serei insensível aos arranjos da natureza, que ao encontrá-la vejo de onde tudo desse mundo se origina. Que as criações humanas não são criações, são usos, quase sempre indevidos.

Ainda que meu corpo, se engane em seus desejos, traiçoeiramente traduzidos por minha mente cheia de vícios e dúvidas. Peço que me proteja, amada mão divina. Peço como criança que sou, que tudo que necessita se limita a pedir por não saber como fazer por si.

Peço unindo minhas mãos em desespero e vontade, chacoalhando meu corpo como filha que esperneia e não entende o zelo de seus pais. Ainda sim, confio que só terei o que for por merecimento real e não por caprichos de um ego aprendiz.

Talvez o motivo de minhas preces seja uma nuvem de ilusão, talvez seja só uma capa para o real sentido do que busco. Então minha mãe, com sua divina inteligência e bondade permita que se realize o que aquieta meu coração e a mente cessará em argumentos.

Ah! minha mãe fico cansada de meus próprios desenganos, como castelo de cartas que construi para tapar o tédio de uma noite sem luz.

Ainda que eu seja dúvidaa cada passo, peço que seja a certeza do caminho que se abre embaixo de meus pés.

Tentarei não sentir vergonha ao ser tão errante e pedinte diante de vós. Que é uma ofensa à imensidão, eu me sentir um pedaço solitário, uma gota no oceano que não se sabe, oceano.

Portanto rogo, como quem pede com olhos ainda mais fechados, contraindo meu corpo como se isso potencializa-se meu pedido.

Tire o véu que me cega, me traga o conhecimento da cabela para o coração e do coração em cada gesto. Que esse meu desassossego de não ser quem sou, me deixa em um meio caminho. Nem tanto luz, nem tanto sombra e, os dias passam num tempo outro, que eu conto como se fosse crescente e sinto como se fosse regressivo.

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